quarta-feira, 6 de abril de 2016

PROCEDIMENTO: VENÓCLISE OU SOROTERAPIA


O que é?

É a administração, através de uma veia, de regular quantidade de liquido no organismo.

Para que serve?

É indicada para:
  1. Repor líquidos nos casos de hemorragia, choque, desidratação;
  2. Administração de medicamentos, proteínas, eletrólitos e vitaminas endovenosos prescritos.
Quem pode fazer?

Enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Cuidados.

O local puncionado exige acompanhamento constante, sobretudo para evitar flebite (inflamação na veia), que torna o local dolorido e com hematoma. Para se evitar a flebite, deve-se ficar atento aos prazos de utilização do material. O cateter simples, o jelco, pode permanecer, estando o local normal, por até 72 horas. Após esse tempo deve-se trocar o local. Para os escalpes, o prazo é mais curto, de 24 horas. É sugerido que o escalpe seja utilizado apenas para infusão de medicamentos de duração rápida, por exemplo, quando o cliente necessita de apenas algumas horas de repouso e soroterapia ou para coleta de sangue.

 Escalpes ou borboletas                            Cateteres ou jelco



  Equipo é conectado ao polifix                   O polifix é conectado ao cateter

Obs: Troca de cateter:
  1. Cateteres venoso periféricos: As taxas de flebites para cateteres venosos periféricos são semelhantes para cateteres inseridos por 72h ou 96h, assim é recomendado a troca rotineira a cada 96h, se possível;
  2. Cateter venoso central (CVC), cateter venoso central de inserção periférica (PICC) e cateter de hemodiálise: Não há necessidade de realizar trocas periódicas.
  3. Cateter de artéria pulmonar (Swan-Ganz): Não há necessidade de troca do cateter antes de 7 dias.
Mais à frente estudaremos os outros tipos de cateteres.

Material

  1. Bandeja;
  2. Frasco de soro com solução prescrita;
  3. Cateter ou escalpe, conforme o tempo de medicação a ser infundida, ficando atento ao calibre a ser utilizado;
  4. Recipiente com bolas de algodão embebidas em álcool 70%.
  5. Suporte para frasco de soro;
  6. Seringa e agulha esterilizada;
  7. Garrote;
  8. Adesivos para fixação do cateter ou esparadrapo em tiras;
  9. Equipo de soro;
  10. Luvas para procedimento;
  11. Identificação do soro.
Obs: Soluções mais utilizadas: Soro glicosado 5%, 10%, 25%, 50%, soro fisiológico, soro glicofisiológico, solução manitol, solução de bicarbonato de sódio a 3% e 10%, solução de ringer simples, solução de ringer lactato, hemacel ou RH4O, solução de aminoácidos, etc.

Técnica

1 - Lavar as mãos conforme a técnica, lembre-se que todo procedimento invasivo existe risco de contaminação. Atenção ao manuseio e descarte dos perfuro cortantes;
2 - Verificar pela prescrição: nome do medicamento, data, horário, dosagem, nome do paciente, leito e quarto;
3 - Dispor material a ser usado, sobre o balcão da sala de medicação;
4 - Observar as características da solução contida no frasco;
5 - Abrir o frasco de solução com cortador de soro descartável;
6 - Acrescentar a medicação prescrita, obedecendo os princípios de assepsia;
7 - Conectar o equipo de soro no frasco;
8 - Retirar o ar do equipo, escorrendo o soro até a extremidade livre do equipo;
9 - Proteger a extremidade livre do equipo;
10 - Fazer o nível no copinho (camara gotejadora).
11 - Clamp o equipo
12 - Colocar a identificação no frasco de soro; 
  • Nome do paciente, leito e quarto;
  • Nome e volume da solução;
  • Nome e quantidade das medicações acrescidas;
  • Mínimo de gotas por minuto;
  • Início e termino da soroterapia;
  • Data e horário;
  • Assinatura do funcionário que instalou.
13 - Colocar o frasco na bandeja, devidamente identificado;
14 - Completar a bandeja com o resto do material necessário;
15 - Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente, e escolha um membro de menor utilização;
16 - Pendurar o frasco no suporte de soro, junto ao leito do paciente;
17 - Calçar luvas de procedimento;
18 - Deixe o paciente sentado ou deitado, mas é importante que o membro a ser puncionado esteja apoiado;
19 - Garrotear o membro para facilitar a visualização da veia a ser puncionada com cerca de dez centímetros de distância do local a ser utilizado e não demorar mais que um minuto;
20 - Puncionar a veia conforme técnica de medicações endovenosas, que na soroterapia faz uso de escalpe ou abbocath (cateter);
21 - Colocar o escalpe ou abbocath ao equipo de soro, após puncionar a veia;
22 - Fixar o cateter intravenoso ou escalpe, com esparadrapo;
23 - Desclampear o equipo de soro;
24 - Graduar o número de gotas prescritas;
25 - Certificar-se de que o soro está correndo na veia;
26 - Deixar o paciente em posição confortável e o ambiente em ordem;
27 - Colocar o material na bandeja e encaminhá-lo para a sala de medicação onde será desprezado em caixa de material cortante;
28 - Desprezar as luvas de procedimento;
29 - Lavar as mãos;
30 - Checar a instalação do soro, colocando a hora e anotando quaisquer irregularidades, se houver.
Obs: Em caso de pacientes inconscientes, agitados ou crianças, fazer imobilização (usando tala e atadura para mobilização).
Ao termino do soro: retirá-lo ou trocá-lo por outro.
Deve ser feita a fixação de forma que fique fácil a verificação de sinais flogisticos* diariamente. Pode ser usado o micro pólio ou uma fita adesiva transparente que facilita muito a visualização da punção e qualquer alteração que esteja nela. 

* Sinais flogisticos: São sinais que denotam alguma inflamação, como dor, eritema, edema, calor.

Retirada do Soro Endovenoso (Venóclise).

Material
Bandeja;
Algodão com álcool 70%;
Algodão com éter;
Luvas para procedimento.

Técnica
  1. Lavar as mãos;
  2. Colocar as luvas de procedimento;
  3. Explicar ao paciente o que será feito;
  4. Clampear o equipo do soro;
  5. Retirar o esparadrapo que fixa o escalpo ou cateter intravenoso a pele do paciente, com algodão ou gaze embebecida em éter;
  6. Colocar o algodão com álcool próximo ao escalpo ou cateter intravenoso e retire-o aplicando leve pressão;
  7. Observar se houve hemostasia;
  8. Observar se o local necessita de cuidados especiais;
  9. Colocar o material na bandeja e encaminhá-lo para a sala de medicação onde será desprezado na caixa de material cortante;
  10. Desprezar as luvas de procedimento;
  11. Checar na prescrição, o termino da soroterapia e anotar na Observação de Enfermagem;
  12. Anotar se ocorreram irregularidades.
Observação: O procedimento em si não é complicado, o complicador são pessoas que possuem muita adiposidade nos membros, possuem uma circulação frágil, idosos e crianças. Os idosos podem apresentar vasos mais rígidos e sensíveis, as crianças apresentam movimentos bruscos e inquietudes. Quando muito pequenas, os vasos são muito sensíveis e podem romper com facilidade.

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