sexta-feira, 15 de abril de 2016

EXAME FÍSICO

Potter (2002, p03) afirma que para ajudar uma pessoa a manter, aumentar e recuperar o nível de saúde, o enfermeiro deve ser capaz de estabelecer os julgamentos clínicos adequados.


AVALIAÇÃO GERAL

- Deverá ser realizado após a anamnese;
- O exame deve ser céfalo-caudal;
- O enfermeiro e o paciente devem estar em posição correta;
- Deve-se ter cuidado com o ambiente do exame, a iluminação deve ser adequada ((luz natural ou artificial de cor branca);
- Deve ser preservada a privacidade e somente os seguimentos avaliados devem ficar descobertos durante o exame;
- Seja ético e respeite o método clínico. Seja cortês e olhe para o paciente;
- Preserve regiões onde o cliente esteja queixando-se de dores;
- O referencial anatômico é fundamental;
- O paciente tem direito a um acompanhante durante o exame. Cumprimente o acompanhante;
- O enfermeiro deve explicar seus objetivos e solicitar o seu conselho;
- Para a avaliação de órgãos genitais, pode solicitar a saída do acompanhante e caso possível solicitar um auxiliar para acompanhá-lo;
- Sempre inspecionar, palpar, percutir e auscultar, com exceção do abdômen;
- Verificar simetria de ambos os lados do corpo;
- Proceder a educação e orientação do auto cuidado;
- Considerar fatores que influenciam nos sinais vitais.

POSIÇÕES

  • Sentado;
  • Supino;
  • Em pé.
Dependerá de quando e como é realizado o exame. Alguns clientes podem sentar-se, outros estão restritos ao leito.

TÉCNICA E PREPARO

- O ambiente deve ser tranquilo;
- Assegurar a privacidade do cliente;
- Lavar as mãos antes e depois;
- Preparo psicológico;
- Ajudar o cliente a subir e descer da mesa de exame;
- Aquecer o estetoscópio (se necessário).

PREPARO DO CLIENTE

- Explicar a finalidade do exame;
- Ao examinar cada sistema orgânico, explicar com maior detalhe;
- Deixar o cliente relaxado e manter o contato visual;
- Nunca forçar o cliente a continuar;
- Adaptar a velocidade do exame de acordo com a tolerância física e emocional do cliente;
- Acompanhar as expressões faciais do cliente;
- Ao examinar a genitália (caso cliente permita), manter uma terceira pessoa de preferência do mesmo sexo do cliente.

MATERIAL

- Balança;
- Esteto;
- Esfigmomanômetro;
- Lupa;
- Espátula;
- Termômetro;
- Fita métrica;
- Lanterna;
- Luvas (em causa de precaução de contato).
OBS: Esses são os principais instrumentos.

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS





LINHAS


INSPEÇÃO

- A inspeção consiste no processo de observação. Um exame visual das partes do corpo;
- Deve-se perceber os sinais precoces de anormalidade;
- A prática leva o enfermeiro a perceber as variações de uma pessoa para outra.


ATITUDE/POSIÇÃO




PALPAÇÃO

- A palpação envolve o uso do sentido do tato: avalia-se resistência, elasticidade, aspereza, textura e mobilidade.
- As pontas dos dedos são utilizadas para avaliar textura, forma, tamanho e consciência.
- O dorso da mão para avaliar temperatura.
- A palma da mão é sensível a vibração

 Auxilia na determinação do tamanho, da forma, da posição e da sensibilidade da maioria dos órgãos abdominais, bem como a identificação de massas e acúmulo de fluídos.
OBS: Palpar no sentido horário, porém reservar para o final áreas previamente mencionadas pelo paciente como dolorosas ou sensíveis.

MODALIDADES DE PALPAÇÃO

- Palpação Superficial - Inicia-se mantendo-se os dedos de uma das mãos estendidos, fechados entre si, e com a palma da mão e o antebraço em plano horinzontal; pressiona-se de forma delicada a superfície abdominal, com movimentos suaves.
OBS: Observa-se massas ou órgãos superficiais, áreas de sensibilidade dolorosa e contratura muscular reflexa.


- Palpação Profunda - Com o paciente respirando pela boca, com a mandíbula entre aberta, a parede abdominal é deprimida em profundidade (aprox. 5 cm) a cada expiração. Com maior pressão dos dedos, verifica-se tamanho, forma, consistência, localização, sensibilidades, mobilidade e pulsações de órgãos ou massa.
OBS: Em pacientes obesos a palpação profunda pode ser facilitada usando-se duas mãos, uma sobre a outra, exercendo pressão.


ÁREAS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

PELE - Temperatura, hidratação, resistência, textura, tensão e elasticidade, sensibilidade.

FÍGADO E INTESTINO - Tamanho, forma, sensibilidade, presença ou ausência de massa.

PULMÕES - Vibração de sons locais.

TIREOIDE E LINFONODOS - Aumento, simetria, mobilidade, tamanho, sensibilidade, localização.

ARTÉRIAS - Amplitude, frequência e ritmo do pulso, elasticidade arterial.

MÚSCULOS - Tamanho, forma, tônus, sensibilidade e rigidez.

PERCUSSÃO

Para Potter (2002, p.39) percussão é bater no corpo com as pontas dos dedos para demarcar (...) muita prática é necessária para se tornar competente na percussão.
Auxilia na determinação do tamanho e da localização das vísceras sólidas e na avaliação da presença de distribuições de gases, líquidos e massas.
Inicia-se pelo quadrante inferior direito, seguindo no sentido horário.
 
São cinco sons básicos da percussão:

- Timpânico: Como um tambor (víscera vazia).
- Ressonância: Oco (pulmão normal).
- Hiper-timpanico (pulmão enfisematoso).
- Maciço: Sólido (vísceras cheias, ou fígado).
- Sub maciços: Músculo.

Em geral predominam os sons timpânicos, definidos como sons claros de timbre baixo.
O grau de timpanismo depende da quantidade de ar e da distensão dos órgãos (estômago vazio e intestinos).
Sobre órgãos sólidos, como fígado e baço ou vísceras preenchidas por líquidos ou fezes, são percebidos sons breves, com timbre alto de macicez e submacicez.
OBS: Abdome distendido - som hiper timpânico difuso - possibilidade de obstrução intestinal.
Áreas extensas de macicez - possibilidades de órgãos aumentados.


AUSCULTA

É a audição dos sons produzidos pelo corpo. A maioria deles é audível com estetoscópio.

Dicas:
- Prestar atenção no som, assim como em suas características;
- O sino dos estetoscópio deve ser utilizado para auscultar sons mais graves (sons cardíacos anormais);
- Usar o diafragma para sons cardíacos, intestinais e pulmonares normais;
- Caracterizando o som: sopro, borbulhante, ruído hidro-aéreo;
- A duração é curta, longa ou média?
- Os sons são hiperativos ou hipoativos?

MANOBRA DE RUAULT
Posicionar as mãos sobre os trapézios, com os dedos em direção às clavículas e os polegares na parede posterior em direções convergentes, formando prega cutânea. Realizar para verificar a expansibilidade apical do tórax.
 
 MANOBRA DE EXPANSIBILIDADE PULMONAR


PULMÃO, CORAÇÃO E FÍGADO
PALPAÇÃO DO BAÇO





SINAL DE BLUMBERG
DOR CRÔNICA QUANDO APERTA E AGUDA QUANDO SOLTA ABRUPTAMENTE.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS


Quando começamos a fazer alguma atividade física é comum falarem sobre a realização de uma "avaliação física", mas afinal o que é isso?
É a verificação do peso corporal, de altura e circunferência abdominal. Tem como objetivos acompanhar a evolução de doenças tais como: insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal crônica, cirrose hepática. E calcular dosagens de medicamentos.

ENTENDA COMO FUNCIONA A AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Uma das formas mais utilizadas para mensuração de percentual de gordura é através das dobras cutâneas, elas nos dão um valor aproximado da composição corporal a partir da avaliação da espessura em milímetros, e para tal procedimento, utiliza-se o adipômetro, também chamado de compasso de dobras cutâneas.
As principais dobras cutâneas mensuradas são: tríceps, bíceps, sub escapular, peitoral, antebraço, axilar média, supra ilíaca, abdominal, coxa e panturrilha.
As circunferências informam a presença de gordura corporal e anualizam os padrões de distribuição dessa gordura. As circunferências que podem ser mensuradas são: pescoço, tórax, cintura, abdômen, quadril, coxa, panturrilha, braço, antebraço e punho.
A relação das circunferências da cintura e do quadril (C/Q) pode ser usada para identificação do risco de doença cardiovascular.

Peso e Altura
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminhá-lo até o local da balança;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;
7. Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na balança e ficar no centro da mesma;
8. Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até o número estimado;
9. Movimentar o massor de gramas até o número em que o fiel da balança fique nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se a frente do paciente;
11. Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero;
12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os calcanhares e manter-se ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e abaixá-la lentamente, até que o ângulo reto da régua encoste-se à cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o roupão;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.

Circunferência abdominal
1. Fazer planejamento;
2. Levar a unidade do paciente fita métrica e bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o restante da fita na região umbilical;
8. Verificar o número que indica a fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% a guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.

O Índice de Massa Corpórea (IMC) é obtido a partir do peso de um indivíduo dividido por sua estatura ao quadrado. O IMC juntamente com outras variáveis, como por exemplo a circunferência da cintura, permite a identificação de risco de doenças cardiovasculares e analisam os padrões de distribuição da gordura corporal.
A utilização de cada método dependerá das características do indivíduo (atletas, não atletas, pessoas com patologias, crianças, adolescentes, etc.) e poderá ser utilizado mais de um método para que eles se completem e auxiliem para uma avaliação adequada.
A avaliação antropométrica é aplicável em todas as fases do ciclo de vida e permite a classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado nutricional.


COMO USAR O ADIPÔMETRO?

terça-feira, 12 de abril de 2016

SINAIS VITAIS


Os sinais vitais, provavelmente é um dos procedimentos que a enfermagem mais realiza no seu dia a dia.
As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa razão são chamados sinais vitais. A avaliação dos sinais vitais instrumentaliza a equipe de saúde nas tomadas de decisão sobre as intervenções. Essas medidas fornecem informações muito importantes sobre as condições de saúde dos pacientes, pois é um método eficiente de monitoramento.

CONDIÇÕES QUE ALTERAM SINAIS VITAIS:

Falsa Interpretação;

1. Pessoais - Exercício, Tensão, Alimentação;
2. Ambientais - Temperatura e Umidade;
3. Equipamentos - Inapropriado e/ou Mal calibrados.

TEMPERATURA

A temperatura é mantida entre produção e perda de calor pelo organismo no ambiente deve-se ao mecanismo controlado pelo hipotálamo.
O ser humano é um ser homeotérmico, isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo predeterminado, apesar das variações térmicas do meio ambiente (homeostasia térmica). O equilíbrio térmico é conseguido através do balanço entre a perda e a produção ou aquisição de calor.

CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO
TEMPERATURA - CALOR PRODUZIDO - CALOR PERDIDO

quinta-feira, 7 de abril de 2016

CATETER VENOSO CENTRAL (CVC)


DEFINIÇÃO

Cateter Venoso Central: É a inserção do cateter em veia subclávia, jugular interna ou femoral, que desembocam no coração direito (átrio direito) ou suas proximidades.
Intra-cath: É um cateter não tunelizado.
Os cateteres venosos proporcionam maior conforto e segurança nas aplicações de quimioterápicos, sendo indicados para tratamentos prolongados ou que exijam a administração de medicamentos com maior risco de causar inflamações nas veias ou lesões na pele, em caso de extravasamento.



PARA QUE SERVE?

O cateter tem o objetivo:
  1. Vias de acesso para cateteres de monitorização hemodinâmica (PVC, etc.) ou outras finalidades;
  2. Administração de soros e drogas injetáveis em grande quantidade por tempo prolongado;
  3. Via de acesso para suporte nutricional parenteral.
POR QUEM O CATETER PODE SER IMPLANTADO?
O cateter pode ser implantado por um enfermeiro habilitado e especializado neste tipo de procedimento e o médico. Só eles poderão manipulá-lo adequadamente.
DESCRIÇÃO E FUNÇÕES:
Higienizar as mãos (conforme protocolo).
Preparar todo material necessário.
MATERIAL
1. Caixa de intra-cath;
2. Cateter intra-cath calibre compatível;
3. Seringa de 20ml descartável;
4. 2 agulhas (25x7);
5. 1 frasco anestésico a 2%, sem vasoconstritor;
6. 1 par de luvas (estéril);
7. Gazes esterilizadas;
8. Clorexedina alcoólica ou PVPI - alcoólica;
9. Solução a ser infundida, com equipo completo;
10. Pacote com campos (fenestrados e simples);
11. Avental estéril, máscara cirúrgica e óculos de proteção;
12. Fio de sutura mononylon 3-0, agulhado;
13. S.F. 9% para limpeza da inserção do cateter após punção;
14. Curativo transparente estéril (tegaderm).
Após reunir o material necessário, a enfermagem coloca o paciente:
1. Em posição de Trendelenburg (cabeça cerca de 15% abaixo do tronco);

2. Prepara a área e realiza antissepsia local;
3. Colocar coxim nas costas ao nível das clavículas (se possível, para punção de subclávia ou jugular) exceto se for impraticável ao paciente por problemas de imobilização, artrose, trauma medular e etc.
4. Virar a cabeça do paciente para o lado contrário ao que será realizado;
5. Fornecer o material solicitado pelo médico;
6. Preparar soro com equipo para conexão imediata após punção;
7. Testar refluxo abaixando o soro em nível inferior à altura da veia;
8. Aguardar fixação do cateter pelo médico;
9. Realizar curativo, com pinças utilizadas para a passagem do cateter ou calçar luvas estéreis, limpando o local da inserção e a área subjacente com S.F. 0,9% e colocar curativo transparente, para visualizar presença de sangramento ou presença de sinais flogísticos (sinais inflamatórios como vermelhidão, dor, rubor, presença de secreção) no local da inserção do cateter;
10. Reunir todo material utilizado da caixa e proceder a limpeza conforme a rotina da unidade;
11. Desprezar o material perfuro cortante na caixa própria;
12. Lavar as mãos (conforme protocolo);
13. Retornar paciente para a posição confortável ou posição anterior a punção;
14. Identificar curativo com data de realização;
15. Observar filtramento e infiltração, enfisema subcutâneo, dor, etc., no local da punção;
16. Observar atentamente alterações dos sinais vitais e outras manifestações tais como sudorese, palidez, cianose, dispneia, dor torácica que podem indicar complicações quanto ao procedimento; avisar o médico e aguardar solicitação de Raio X de tórax no leito;
17. Fazer anotações de enfermagem.
OBS: Trocar o curativo transparente semipermeável (tegaderm) se estivar úmido, sujo ou na troca do cateter. Fazer anotações de enfermagem.
COMPLICAÇÕES
1. Pneumotórax;
2. Hidrotórax;
3. Hemotórax;
4. Lesão carotídea;
5. Embolia aérea;
6. Hematoma;
7. Infecção, sepse, trombose do cateter ou da veia;
8. Lesão do plexo cervical;
9. Lesão das estruturas cervicais.
Frequência de troca de cateter e de sítio:

Não tunelizados (intracath) - Não trocar de rotina e nem por fio guia; apenas com suspeita de infecção.

Frequência de troca de Curativo:

Trocar o curativo se estiver úmido, sujo ou na troca do cateter;
Não usar pomadas no curativo;
Curativo com estéril transparente semipermeável padronizado pela Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas.

Frequência de troca de equipo:

A cada 72 horas (Sistema fechado);
Trocar equipos para infusão de sangue e derivados a cada bolsa. Tempo de infusão de até 4 horas;
Trocar equipos para infusão de soluções de lipídios até 24 horas;
Tempo de infusão de lipídios até 12 horas;
Para infusão de Propofol trocar o equipo a cada 6/12 horas. 

Preparo do sítio de inserção:

Adultos: Fricção c/PVP-I alcoólico e ou clorexidina por 2 minutos;
RN: Fricção com clorexidina por 2 minutos.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

PROCEDIMENTO: VENÓCLISE OU SOROTERAPIA


O que é?

É a administração, através de uma veia, de regular quantidade de liquido no organismo.

Para que serve?

É indicada para:
  1. Repor líquidos nos casos de hemorragia, choque, desidratação;
  2. Administração de medicamentos, proteínas, eletrólitos e vitaminas endovenosos prescritos.
Quem pode fazer?

Enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Cuidados.

O local puncionado exige acompanhamento constante, sobretudo para evitar flebite (inflamação na veia), que torna o local dolorido e com hematoma. Para se evitar a flebite, deve-se ficar atento aos prazos de utilização do material. O cateter simples, o jelco, pode permanecer, estando o local normal, por até 72 horas. Após esse tempo deve-se trocar o local. Para os escalpes, o prazo é mais curto, de 24 horas. É sugerido que o escalpe seja utilizado apenas para infusão de medicamentos de duração rápida, por exemplo, quando o cliente necessita de apenas algumas horas de repouso e soroterapia ou para coleta de sangue.

 Escalpes ou borboletas                            Cateteres ou jelco



  Equipo é conectado ao polifix                   O polifix é conectado ao cateter

Obs: Troca de cateter:
  1. Cateteres venoso periféricos: As taxas de flebites para cateteres venosos periféricos são semelhantes para cateteres inseridos por 72h ou 96h, assim é recomendado a troca rotineira a cada 96h, se possível;
  2. Cateter venoso central (CVC), cateter venoso central de inserção periférica (PICC) e cateter de hemodiálise: Não há necessidade de realizar trocas periódicas.
  3. Cateter de artéria pulmonar (Swan-Ganz): Não há necessidade de troca do cateter antes de 7 dias.
Mais à frente estudaremos os outros tipos de cateteres.

Material

  1. Bandeja;
  2. Frasco de soro com solução prescrita;
  3. Cateter ou escalpe, conforme o tempo de medicação a ser infundida, ficando atento ao calibre a ser utilizado;
  4. Recipiente com bolas de algodão embebidas em álcool 70%.
  5. Suporte para frasco de soro;
  6. Seringa e agulha esterilizada;
  7. Garrote;
  8. Adesivos para fixação do cateter ou esparadrapo em tiras;
  9. Equipo de soro;
  10. Luvas para procedimento;
  11. Identificação do soro.
Obs: Soluções mais utilizadas: Soro glicosado 5%, 10%, 25%, 50%, soro fisiológico, soro glicofisiológico, solução manitol, solução de bicarbonato de sódio a 3% e 10%, solução de ringer simples, solução de ringer lactato, hemacel ou RH4O, solução de aminoácidos, etc.

Técnica

1 - Lavar as mãos conforme a técnica, lembre-se que todo procedimento invasivo existe risco de contaminação. Atenção ao manuseio e descarte dos perfuro cortantes;
2 - Verificar pela prescrição: nome do medicamento, data, horário, dosagem, nome do paciente, leito e quarto;
3 - Dispor material a ser usado, sobre o balcão da sala de medicação;
4 - Observar as características da solução contida no frasco;
5 - Abrir o frasco de solução com cortador de soro descartável;
6 - Acrescentar a medicação prescrita, obedecendo os princípios de assepsia;
7 - Conectar o equipo de soro no frasco;
8 - Retirar o ar do equipo, escorrendo o soro até a extremidade livre do equipo;
9 - Proteger a extremidade livre do equipo;
10 - Fazer o nível no copinho (camara gotejadora).
11 - Clamp o equipo
12 - Colocar a identificação no frasco de soro; 
  • Nome do paciente, leito e quarto;
  • Nome e volume da solução;
  • Nome e quantidade das medicações acrescidas;
  • Mínimo de gotas por minuto;
  • Início e termino da soroterapia;
  • Data e horário;
  • Assinatura do funcionário que instalou.
13 - Colocar o frasco na bandeja, devidamente identificado;
14 - Completar a bandeja com o resto do material necessário;
15 - Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente, e escolha um membro de menor utilização;
16 - Pendurar o frasco no suporte de soro, junto ao leito do paciente;
17 - Calçar luvas de procedimento;
18 - Deixe o paciente sentado ou deitado, mas é importante que o membro a ser puncionado esteja apoiado;
19 - Garrotear o membro para facilitar a visualização da veia a ser puncionada com cerca de dez centímetros de distância do local a ser utilizado e não demorar mais que um minuto;
20 - Puncionar a veia conforme técnica de medicações endovenosas, que na soroterapia faz uso de escalpe ou abbocath (cateter);
21 - Colocar o escalpe ou abbocath ao equipo de soro, após puncionar a veia;
22 - Fixar o cateter intravenoso ou escalpe, com esparadrapo;
23 - Desclampear o equipo de soro;
24 - Graduar o número de gotas prescritas;
25 - Certificar-se de que o soro está correndo na veia;
26 - Deixar o paciente em posição confortável e o ambiente em ordem;
27 - Colocar o material na bandeja e encaminhá-lo para a sala de medicação onde será desprezado em caixa de material cortante;
28 - Desprezar as luvas de procedimento;
29 - Lavar as mãos;
30 - Checar a instalação do soro, colocando a hora e anotando quaisquer irregularidades, se houver.
Obs: Em caso de pacientes inconscientes, agitados ou crianças, fazer imobilização (usando tala e atadura para mobilização).
Ao termino do soro: retirá-lo ou trocá-lo por outro.
Deve ser feita a fixação de forma que fique fácil a verificação de sinais flogisticos* diariamente. Pode ser usado o micro pólio ou uma fita adesiva transparente que facilita muito a visualização da punção e qualquer alteração que esteja nela. 

* Sinais flogisticos: São sinais que denotam alguma inflamação, como dor, eritema, edema, calor.

Retirada do Soro Endovenoso (Venóclise).

Material
Bandeja;
Algodão com álcool 70%;
Algodão com éter;
Luvas para procedimento.

Técnica
  1. Lavar as mãos;
  2. Colocar as luvas de procedimento;
  3. Explicar ao paciente o que será feito;
  4. Clampear o equipo do soro;
  5. Retirar o esparadrapo que fixa o escalpo ou cateter intravenoso a pele do paciente, com algodão ou gaze embebecida em éter;
  6. Colocar o algodão com álcool próximo ao escalpo ou cateter intravenoso e retire-o aplicando leve pressão;
  7. Observar se houve hemostasia;
  8. Observar se o local necessita de cuidados especiais;
  9. Colocar o material na bandeja e encaminhá-lo para a sala de medicação onde será desprezado na caixa de material cortante;
  10. Desprezar as luvas de procedimento;
  11. Checar na prescrição, o termino da soroterapia e anotar na Observação de Enfermagem;
  12. Anotar se ocorreram irregularidades.
Observação: O procedimento em si não é complicado, o complicador são pessoas que possuem muita adiposidade nos membros, possuem uma circulação frágil, idosos e crianças. Os idosos podem apresentar vasos mais rígidos e sensíveis, as crianças apresentam movimentos bruscos e inquietudes. Quando muito pequenas, os vasos são muito sensíveis e podem romper com facilidade.